A E. M. de Lajes recebeu a palestra "A juventude negra no Brasil", ministrada pela professora Claudielle Pavão na quarta-feira (22). O evento faz parte da Semana da Consciência Negra, celebrada em diversas unidades de ensino da Rede Municipal de Piraí.
O evento vai ao encontro das leis 10639/03 e 11645/08, que versam sobre o ensino da História da África e Culturas Afro-brasileira e indígena, e tem se tornado um espaço para discussões e ampliações de conhecimento entre os professores e alunos, como explica o professor de História Dinaldo Saulo das Neves: "O trabalho é constante. Durante o ano, desenvolvemos diversas atividades. Então alunos, professores, a Escola vai trabalhando com atividades voltadas para a conscientização sobre a cultura afro descendente no Brasil", disse.
A diretora Denise Fonseca de Abreu ainda destaca: "O que a gente tenta passar para os alunos é a questão de falar da Consciência Negra não como uma busca deles, mas uma busca de todos. Todos temos nossa individualidade, mas o importante é ver que todos temos direitos, não tem porque uns terem privilégios sobre os outros por questões raciais", disse.
Claudielle Pavão explica ainda que a troca de experiências é o melhor caminho para se entender e então praticar as mudanças na sociedade. "Principalmente com adolescentes, é importante ser um canal de escuta para desenvolvermos estratégias, encontrar caminhos. E a Lei é muito importante para atuar nas escolas, mas é de extrema importância ir além, realizar eventos como esse, por exemplo, para que a ideia da História afro-brasileira passe além dos muros da escola, além do mês de novembro, pois só assim a gente garante uma sociedade não racista", destacou.
Além da palestra, a manhã na Escola de Lajes contou ainda com apresentações de street dance com o grupo Impacto, de música com Meninos do Batuque de Volta Redonda e ainda com a representação de um Quilombo.
A ex-aluna Stéfanie Oliveira sempre volta à Escola para conferir e fazer parte das atividades. "Não estudo mais aqui, mas sempre que tem eventos eu venho acompanhar, porque gosto e aprendo muito com o movimento. É muito importante debater com os alunos para entendermos o que é preconceito e como ele aparece", ressaltou.
Para a aluna do 7º ano Lara Bersot o trabalho desenvolvido traz muito conhecimento. "Até chegar nesse dia, teve muito estudo e conversa para apresentarmos o que está aqui. Aprendi a história, a trajetória da cultura afro-brasileira. Vemos que hoje no século XXI ainda existe isso, preconceitos pela cor, pela religião, aprender sobre nossa história ajuda a combater o racismo, por exemplo", disse.